Fundado em 1898 por um grupo de 63 rapazes, imigrantes portugueses ou descendentes de portugueses reunidos no bairro da Saúde. O Vasco iniciou sua história como boa parte dos clubes em cidades portuárias do Brasil.

Ele surgiu como um Clube de Regatas, onde o principal esporte era o remo. O nome escolhido foi Club de Regatas Vasco da Gama, pois naquele ano eram comemorados os 400 anos da viagem do antigo navegador Português para à Índia.

Em novembro de 1915, o clube de futebol Lusitânia foi incorporado ao Vasco, dando origem ao departamento de futebol do Vasco da Gama, apesar da oposição dos remadores vascaínos.

O começo da construção do que o Vasco da Gama representa ao futebol brasileiro tem a marca do time conhecido como os Camisas Negras que em 1923, com uma campanha praticamente perfeita (11 vitórias, dois empates e apenas uma derrota), conquistou o primeiro título de campeão carioca de sua história.

Esses pioneiros deixaram claro que com a conquista do Carioca daquele ano o Vasco chegava não apenas para se transformar em um dos gigantes do esporte nacional, mas, sobretudo, para romper preconceitos.

Até aquele momento havia no Rio, uma linha divisória que separava os grandes clubes da Zona Sul - Fluminense, Botafogo e Flamengo - das pequenas agremiações que se espalhavam pelos subúrbios da cidade. O máximo que os grandes permitiam à Zona Norte era ter o América em seu convívio como o representante da elite tijucana.

A explicação desse rápido sucesso estava na miscigenação de negros, mulatos e brancos, pobres e bons de bola que o Vasco havia recrutado nos campos de subúrbio. Para mantê-los no time, comerciantes portugueses os registraram como empregados em seus estabelecimentos. Era a maneira de burlar a exigência do amadorismo, que estava perto do fim.

A equipe tinha como técnico o uruguaio Ramón Platero, que chegara ao Rio com a novidade da preparação física. Na campanha dos Camisas Negras, o 8 de julho de 1923 viria a se tornar uma data histórica.

Após uma década de 1930 repleta de craques, como Leônidas da Silva e Domingos da Guia e com grandes temporadas. Nos anos de 1934 e 1936 conseguiu os títulos de Campeão da Terra e Mar, consagração dada aos campões de futebol e remo no mesmo ano. Isso tudo em meio a impasses e brigas em ambos esportes com o Flamengo. Ali surgia a grande rivalidade entre ambos clubes.

No início da década de 1940 formou-se um grande time que até hoje é lembrado pelos Cruzmaltinos, o Expresso da Vitória. Em 1944 o Vasco perdeu para o Flamengo o título estadual após um lance questionado até hoje. Muitos juram que o atacante do Flamengo Valido fez falta no lateral vascaíno Argemiro.

A perda do título de 1944 para o rival ficou marcada, mas o fato irreversível é que a semente do Expresso da Vitória estava plantada. No ano seguinte o Vasco ganhou de forma invicta o primeiro de uma série de 5 campeonatos em 8 anos: 1945, 1947, 1949, 1950 e 1952, sendo que os de 1947 e 1949 também foram invictos.

Nesse período, o Vasco também conquistou o tetracampeonato do Torneio Municipal de 1944 a 1947 e dois Torneios Relâmpagos, em 1944 e 1946. Porém a maior proeza do Expresso foi a conquista invicta do Primeiro Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeões, em 1948, no Chile.

O Vasco da Gama foi o clube que formou a base da Seleção Brasileira que terminou a Copa jogada no Brasil na segunda colocação. Até o hoje o Maracanazo é lembrado por brasileiros e uruguaios, campeões naquele dia no Maracanã.

O time base do Brasil contou com seis jogadores do Vasco, Barbosa, Augusto, Danilo, Maneca, Ademir (artilheiro da Copa) e Chico. Entre os reservas, mais dois jogadores da equipe alvinegra, Eli e Alfredo.

Em 1952 foi a última vez que o Expresso da Vitoria brilhou. O Vasco precisava de mudanças no elenco, mas conseguiu conquistar por antecipação o campeonato carioca. Apesar de desacreditado pela imprensa, que considerava o Expresso um time "velho", o Vasco se sagrou campeão na penúltima rodada, ao vencer o Bangu por 2 a 1.

Após o último jogo, em São Januário, o técnico Gentil Cardoso, não perdeu a oportunidade de dar mais uma de suas famosas tiradas. Era chegada a hora de substituir glórias antigas por jovens promessas.

A década de 70 foi marcada pelo surgimento do grande ídolo Roberto Dinamite. Porém a década anterior havia sido bem ruim. Sem grandes conquistas, o time da Colina precisava se reencontrar. O Vasco começou a se recuperar, conquistando o Campeonato Carioca.

Porém, a maior conquista da década foi o Brasileiro de 1974, com Roberto Dinamite sagrando-se artilheiro e o Vasco da Gama sendo o primeiro time do Rio de Janeiro a conquistar o título nacional.

Roberto Dinamite se tornaria o maior ídolo da história Vascaína. Ele é até hoje o maior artilheiro (702 gols) e o jogador com mais jogos da história do clube (1110).

Em 1976 o Vasco foi vice-campeão estadual, perdendo na prorrogação a final contra o Fluminense. Naquele ano, Roberto formava com Dé a primeira das várias duplas mortíferas de que participou ao longo de sua carreira, e pela primeira vez foi convocado para a seleção, onde foi titular do time que conquistou o Torneio Bi-Centenário nos EUA.

Em 1977, o Vasco reforçou o seu time com Orlando, Geraldo, Dirceu e Ramon, que juntamente com jogadores como Mazzaropi, Abel, Marco Antônio, Zanata e Roberto cumpriram sob a direção de Orlando Fantoni uma empolgante campanha no campeonato estadual. O Vasco venceu ambos os turnos e teve o ataque mais positivo e a defesa menos vazada - apenas 5 gols em 29 jogos, um recorde na era do Maracanã -, inclusive não sofrendo nenhum gol durante todo o segundo turno.

É digno de registro o recorde mundial batido pelo goleiro Mazzaropi: 1.816 minutos sem levar gol, de 18 de maio a 7 de setembro de 1977. Este recorde está de pé até hoje e é reconhecido pela IFFHS (Federação Internacional de História e Estatísticas de Futebol).

Nos anos 80 surgia em São Januário um baixinho invocado, fazedor de gols e muito marrento. Era um tal de Romário. O craque, que havia sido artilheiro em todas as categorias inferires pelo Vasco não fez feio no profissional. Ao lado de Roberto Dinamite, formou-se a "Dupla Ro-Ro", que lideravam as estatísticas de gols marcados.

No campeonato carioca de 1987, o Vasco foi implacável. Mais uma vez o time de melhor campanha e possuindo o ataque mais positivo, o Vasco venceu a final contra o Flamengo, com um gol de Tita concluindo um passe de Roberto.

Tiveram atuações destacadas ao longo de todo o campeonato Acácio, Mazinho, Dunga, Geovani e Tita, além, da dupla "Ro-Ro". Basta dizer que os três maiores artilheiros do campeonato foram Romário com 16 gols, Roberto com 15 e Tita com 12.

No fim de 1988 o Baixinho foi vendido para o PSV da Holanda. Com o dinheiro desta venda o Vasco comprou o atacante Bebeto, que atuava no Flamengo. Com Bebeto, mas sem Romário, o Vasco foi campeão brasileiro em 1989 derrotando o São Paulo na final em pleno Morumbi por 1 a 0, gol de Sorato.

A década de 1990 no Vasco ficou marcada pela despedida dos campos do ídolo Roberto Dinamite em 1993, e a ascensão de novos ídolos como Edmundo (o Animal), Felipe, Pedrinho, Carlos Germano, Pimentel, Valdir Bigode e Juninho Pernambucano.

Em 1992, o clube ganhava seu primeiro título que marcaria o início da conquista dos cariocas de 1992, 1993 e 1994 ganhando o seu primeiro tricampeonato Estadual, para depois conquistar o Campeonato Estadual em 1998. Ainda em 1997, que foi um ano brilhante de Edmundo, o Vasco conquistou o tricampeonato Brasileiro.

Naquele ano Edmundo voou. Ele estava no Corinthians, mas tinha contrato com o Flamengo. Então o presidente Eurico Miranda resolveu entrar em ação e leva-lo de volta para o Gigante da Colina.

Com craques citados acima ele alcançou a marca de 29 gols em 28 jogos no título do Brasileirão. Muita gente defende que Edmundo foi o melhor jogador do mundo em 1997. Na temporada o Animar marcou 42 gols em 52 jogos.

O clube completava em 1998 o centenário de sua fundação. Em 1998 o clube iniciou a temporada campeão do Campeonato Carioca e da Copa Libertadores da América, sendo esta última conquistada no dia 26 de agosto, apenas cinco dias após o aniversário do clube.

O time campeão contra o Barcelona de Guayaquil era espetacular. O ataque formado por Luizão e Donizete, que marcaram os gols do título nas duas vitórias contra a equipe do Equador.

Até hoje a torcida canta em todos os jogos a música que lembra do gol de falta do Juninho Pernambucano no Monumental de Nuñes contra o River Plante. A curva sensacional eliminou o time argentino que era atual campeão do torneio.

Romário voltou ao Vasco para a disputa do Mundial de Clubes, naquele que no papel pode ser considerado o melhor time do Brasil, desde o Santos do Pelé. No elenco tinha Helton, Mauro Galvão, Odvan, Gilberto, Amaral, Juninho, Felipe, Ramon, Edmundo, Romário, Viola, Donizete, Jorginho, Júnior Baiano, Pedrinho e Carlos Germano.

O time carioca perdeu nas penalidades para o Corinthians, com a cobrança decisiva perdida por Edmundo. Mesmo com a saída de muitos jogadores após o Mundial, o Vasco se manteve forte e conseguiu o título nacional daquele ano.

Depois de um regulamento confuso e até um nome modificado, o Brasileirão de 2000 se chamava Copa João Havelange, o time da Colina bateu o surpreendente São Caetano com muita polêmica.

Já sem Edmundo, mas com Juninho Paulista e com Romário voando, a final foi interrompida por um acidente em São Januário. Remarcada para o Maracanã, a decisão ficou marcada pela vitória de 3x1 com o Baixinho Romário marcando o gol do quarto título brasileiro do Vasco.

Em 2011, o Vasco conquista a Copa do Brasil de Futebol de 2011 pela primeira vez vencendo o Coritiba por 1 a 0 em São Januário, no jogo de volta, no Couto Pereira, o time perdeu por 3 a 2, mas levou o título pela regra do gol fora de casa.

O time que venceu a Copa do Brasil tinha Fernando Prass, Diego Souza, Felipe e Dedé como principais estrelas.

Em agosto de 2022 o Vasco se transformou, de forma oficial, em uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF). A aprovação se deu após votação na sede do clube e o futebol do clube do clube passou a ser administrado pela 777 Partners, grupo de investidores norte-americanos. Ficou definido que todas as dívidas seriam assumidas pela 777, além de um investimento de 700 milhões de reais por 70% da SAF.

Logo após o anúncio, o Vasco conseguiu se acertar em campo, se firmou no G-4 da Série B e garantiu o acesso para Série A do Brasileiro, lugar que nunca deveria ter saído, após uma vitória contra o Ituano-SP, na última rodada. Em 2023 o Vascão reforçou seu time e passa por um processo gigante de reestruturação.